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Archive for the ‘Murderball’ Category

Murderball

A primeira vista podemos imaginar que Murderball (2004) trata-se de um filme sobre experiências de jogadores de rugby sobre cadeiras de rodas e sua lições de vidas, propagando ao longo de seus oitenta minutos mensagens positivas e muita autopiedade. Se pensou dessa forma você está completamente errado. Tanto que, em determinado momento, um dos jogadores discursa à câmera sobre as parolimpieadas : “Não viemos aqui competir por um abraço, nós queremos a medalha de ouro”. E é sobre este sentimento que os diretores Henry Alex Rubin e Dana Adam Shapiro direcionam seus olhares, passando longe da panfletagem politicamente correta  ou do sentimentalismo barato.

O jogo, pouco conhecido no Brasil –   tão violenta quanto sua versão de grama, muito popular na Inglaterra – gera paixões à flor da pele, prova disso é Joe Soares, técnico da seleção do Canadá, que deu as costas para seu próprio país – EUA -, após ser cortado da seleção, levando para o país vizinho todas as táticas e segredos que fizeram com que os americanos exercessem grande hegemonia no esporte. Joe passa a ter como principal meta acabar com a fama de potencia dos Estados Unidos, ironicamente fama que ele mesmo ajudou a construir.

Do outro lado quem confronta com o fanatismo de Joe (que teve um ataque do coração durante as filmagens) é Mark Zupan, uma espécie de Lionel Messi do Murderball, paralisado desde seus 16 anos de idade, após um acidente de carro. Mark é o principal porta-voz do esporte nos Estados Unidos, fazendo palestras e vídeos publicitários sobre o assunto. É no aguarda do embate entre Joe e Mark, nas olimpíadas de Atenas, que o filme se concentra, manipulando as cenas de forma a aumentar a rivalidade entre  eles – em certos momentos lembrando a série Rocky.

Paralelamente conversas descontraídas sobre sexo, amizades e reabilitação são apresentados, entretanto o que realmente dá originalidade ao longa é a forma como é criado o suspense e a tensão dos jogos, ficando difícil, até mesmo para quem não curte esportes, ficar indiferente ao que acontece na tela.

Outro mérito do documentário é como ele preserva as complexidades de seus personagens, deixando transparecer as individualidades de cada um dos praticantes, logo já não os vemos como cadeirantes ou especiais, mas sim como atletas tão admiráveis como um Pelé ou Usain Bolt.

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