Olá, Amigos de Portugal,
Essa semana assisti, tardiamente, ao longa metragem “É Proibido Fumar”, vencedor de 5 troféus do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, principal celebração da nossa arte cinematográfica. Estrelado por Gloria Pires e Paulo Miklos (vocalista da banda Titãs) , e dirigido por Anna Muylaert, que levou o prêmio da categoria, o longa faz uso de muita criatividade e humor negro para divertir e chocar a platéia.
Mesclando diversas referências, da angústia de Crime e Castigo de Dostoiévski à leveza das melhores comédias contemporâneas, a produção privilegia o melhor da cultura pop brasileira, principalmente no que diz respeito às músicas escolhidas como trilha sonora, em uma verdadeira salada multicultural, que vai do samba de Martinho da Vila ao Swing de Jorge Benjor.
Esta verdadeira viagem no tempo através da música brasileira faz propagar um clima nostálgico, como em Durval Discos – primeiro longa da diretora de 2002 -, que apresenta o cotidiano de um ultrapassado vendedor de discos de vinil, que se nega a entrar para o mercado de CDs.
Já em “É Proibido Fumar”, acompanhamos o dia a dia de Baby (Gloria), uma professora de violão, fumante compulsiva, que vê sua vidar mudar de rumo ao se apaixonar por Max (Miklos), um músico falido, ainda apaixonado pela ex-esposa. Esta relação será o estopim para diversas situações ora engraçadas, ora tensas, que revelam a complexa transformação da personagem principal, que, dentre outras mudanças, precisa largar o cigarro para agradar ao novo namorado.
“É Proibido Fumar” só comprova o amadurecimento de uma das mais promissoras cineastas brasileiras, evidenciando seu total domínio narrativo, que tem seu ápice no brilhante desfecho. Comprovante de que todos os elogios e prêmios foram realmente merecidos.
Bruno Marques diretamente do Rio de Janeiro para o c7nema.net (Portugal)