Nome original:Los Abrazos Rotos
Anos 2009
Direção: Pedro Almodóvar
Roteiro: Pedro Almodóvar
Gênero: Drama/Suspense
Origem: Espanha
Duração: 127 minutos
Penélope Cruz
Luís Homar
José Luis Gómez
Blanca Portillo
Nota: 7,5
Desde “Tudo sobre minha mãe” o diretor espanhol Pedro Almodóvar vem se consolidando como o grande diretor espanhol vivo, de Lá pra cá filmou os já clássicos “Fale com Ela” e “Volver”. Em seu último trabalho o diretor retorna a uma abordagem mais de acordo com seus filmes anteriores ao excelente “A flor do meu segredo”, filme em que o diretor se reinventou . Nesta fase, tramas mais ligadas ao melodrama clássico são abordadas, mesmo assim “Abraços partidos”(“Los Abrazos Rotos”) não deixa de ser uma boa película, com certa profundidade e boas doses de humor negro.
Acredito que o diretor tem todo o direito de fazer um filme menos pretensioso, pois sua última década foi fantástica, digna de ser comparado a cineasta como Fassbiner e Carlos Saura, nos anos 99 a 2009, Almodóvar realizou 4 filmes, sendo três deles inesquecíveis, nada mau para um cineasta sempre teve seu nome ligado a trabalhos voltados principalmente para o público gay.
No final da projeção de “Abraços partidos” cheguei a seguinte conclusão: “No filme parece que o Almodóvar de “Tudo sobre minha mãe” e “Volver” resolveu tirar féria, deixando o Almodóvar de “De Salto Alto” e “Mulheres à beira de um ataque de nervos” tomar as rédeas da produção”. “Abraços…” é um filme pouco ambicioso, leve, com uma boa trama, que conta com grandes pitadas de melodrama e estética kitsch. Como em outras produções o cineasta transita entre vários estilos, ficando impossível distinguir qual gênero pertence o filme.
Conta a história de Harry Caine, roteirista e escritor cego, que revê (sem trocadilho) seu passado e sua relação com Lena, personagem de Penélope Cruz, quando um jovem diretor vai a sua casa fazer uma proposta para escrever o roteiro de um novo filme sobre um pai que abandona um filho. Este jovem guarda segredos de fatos mal resolvidos do passado de Harry, dentre esses seu amor por Lena e um filme dirigido por ele que nunca foi finalizado com sua autorização. A partir daí muitas reviravoltas digna de uma novela das oito (com qualidade infinitamente superior) acontecem. A trama investe na imprevisibilidade dos acontecimentos, deixando o expectador navegar por águas desconhecidas, ficando sempre a mercê de reviravoltas improváveis.
Penélope Cruz novamente esta impecável, com o “time” certo para a personagem. Em “Abraços…”ela mostra mais uma vez como voltar a trabalhar com Almodóvar fez bem para sua carreira, pois além de linda ela demonstra uma grande versatilidade, já que seu personagem percorre diversas emoções durante o longa.
Tecnicamente o filme tem a cara de Almodóvar, tanto no que diz respeito a fotografia (exageradamente vermelha) marca registrada do diretor, quanto direção de arte e uso da trilha sonora e principalmente o domínio irretocável dos atores em cena.
No final das contas a trama funciona muito bem como entretenimento, mas que não deixa de ser um filme de arte. O filme foi bem recebido em Cannes, mas não se livrou totalmente das críticas. Particularmente acho que a produção tem o selo de qualidade do diretor, entretanto é assumidamente uma obra menor, e que as vezes da impressão de que todas as reviravoltas não se justificam tanto, mas ainda assim acredito que se trata de um filme superior a maioria dos que são lançados nos cinemas.
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